Entrevista com Téo Pinheiro – Da arte-final para a produção de quadrinhos

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Em parceria com Luciano Félix, começaram a desenvolver o BATMORCEGO, que foi publicado na PRISMARTE # 24 em 2005, que mais tarde seria o Wander, mostrando a importância da artefinalização.

No projeto O’RECIFE ASSOMBRADO, desenvolveu sua arte a cada edição, que começou a publicar no coletivo QUADRINHOS DO O’RECIFE ASSOMBRADO e depois teve edições solos nesse mesmo selo. Diante dessa dedicação e prazer ele não para de produzir, e no final do ano de 2009 colaborou com a edição das AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA com uma belíssima capa, que não só exprime seu talento artístico, mas sua percepção profissional.

Não é primeira vez que entrevistamos e nem será a última, mas quem manda ele produzir tanto. Então leia a entrevista, porque aqui tem algumas dicas valiosas de sua trajetória.

NO INÍCIO DA SUA CORREIA, VOCÊ FOI MAIS ARTIFINALISTA DO QUE DESENHISTA. E FOI ATÉ RECONHECIDO PELOS LEITORES DA PRISMARTE COMO MELHOR ARTE-FINALISTA, E GANHOU O TROFÉU MELHORES DA PRISMARTE NESSA CATEGORIA. ANOS DEPOIS VOCÊ DESPONTOU COMO COLORISTA E DESENHISTA.
QUAL A IMPORTÂNCIA DE SUA DEDICAÇÃO COMO ARTE-FINALISTA NA SUA OBRA ATUAL?

No momento estou como arte finalista para uma grande obra de hq do escritor e ator Felipe FolgosiKnock Me Out que é uma responsabilidade enorme e também uma grande honra fazer parte desse projeto junto com o meu amigo Henrique Pereira, que está responsável pelo desenho.

Opinião:
Mas realmente, olhando para o passado, vejo que Teo Pinheiro apontava, por sua dedicação e qualidade de arte-finalista, seria um bom desenhista. Embora, Téo já era um bom colorista até mesmo antes de fazer os desenhos de quadrinhos e as obras que já fazem parte de seu historico. Alguns editores e fãs de quadrinhos, não tinha percepção da importância da arte-final. Mas eu vi isso como importante, e colocamos na premiação dos Melhores da Prismarte (porque só era para quem publicava na Prismarte) como reconhecimento. Isso é, com um incentivo. Incentivo que deu resultado, muito bons resultados para Téo Pinheiro.  Mas parcerias como a Luciano Félix e Téo Pinheiro hoje são raras, a não ser que que role a questão financeira na frente, de jovens autores.  E sabemos (que acompanha o autor) que seus longos anos de arte-finalista, ao lado do traço de Luciano Félix,  deram muita esperiência. Que até tivemos prazer de publicar na Prismarte.

Milson Marins –
Editor da Prismarte e desenhista na horas vagas

NOS ANOS DE 2010 VOCÊ PRODUZIU AO LADO DE LUCIANO FÉLIX, COMO ARTE-FINALISTA, O BAT MORCEGO, QUE ATÉ PUBLICAMOS NA PRISMARTE, QUE DEPOIS PASSOU A SER CHAMAR WANDER. FOI, E É UM SUCESSO DOS QUADRINHOS AQUI EM PERNAMBUCO, E POR QUE NÃO DIZER NO BRASIL. MESMO SENDO ARTE-FINALISTA, COMO FOI ESSA SINTONIA SUA DE LUCIANO FÉLIX NA PRODUÇÃO DO WANDER?

Resultado de imagem para wander luciano felixLuciano Felix além de considera-lo um irmão ele também é meu compadre, é um cara de boa índole com um grande coração, temos uma grande amizade e muito em comum na arte. Comecei a participar dos projetos dele por eu ser um entusiasta de suas ideias e apaixonado pelo traço cômico. Pôr a gente ter essa sintonia é que até hoje temos várias parcerias em outros trabalhos.

NA SEQUÊNCIA DE SUAS OBRAS, NAS PRODUÇÕES DO RECIFE ASSOMBRADO, DEIXA CLARO O CRESCIMENTO DA SUA ARTE. COMO FOI QUE ESSA SEQUÊNCIA DE OBRAS CONTRIBUIU PARA O DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS E POR FIM MELHORANDO SUA OBRA? ISSO REALMENTE ACONTECEU?

Resultado de imagem para Umbra TeoSim com certeza, foi o meu primeiro desafio como desenhista de quadrinhos. Eu já até tinha feito alguns ensaios de produzir uma Hq mas nunca chegava a termina-las, fazer uma Hq por conta própria. Nunca foi o meu forte, mas com o convite dos amigos do O Recife Assombrado eu me senti desafiado em fazer algo grande e foi ai que decidi encarar. A primeira Hq foi a mais difícil de produzir, mas pela primeira vez comecei e terminei uma história e depois vieram mais duas que foram lançadas junto com outras histórias dos membros da PADA no Álbum de Quadrinhos do O Recife Assombrado.

NOS ÚLTIMOS ANOS VOCÊ FOI UM DOS GRANDES INCENTIVADORES DA PRODUÇÃO DOS SUPER-HERÓIS BRASILEIROS, E TEM SEU PRÓPRIO PERSONAGEM, O UMBRA. QUAL A IMPORTÂNCIA PARA PRODUÇÃO DESSE GÊNERO DE QUADRINHOS NOS BRASIL, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO QUE ALGUNS SÃO CÓPIAS DOS COMICS NORTE-AMERICANOS E OUTROS ATÉ SÃO BEM ORIGINAIS? O QUE VOCÊ ACHA QUE DETERMINA MELHOR UM SUPER-HEROI PARA SER BRASILEIRO?

Eu sou entusiasmado pelos quadrinhos nacionais qualquer gênero, para mim o importante é ver os artistas produzindo mesmo sendo um material fraco, eu vejo isso como um princípio de aperfeiçoamento e evolução das obras produzidas no Brasil.

Resultado de imagem para Umbra TeoQuanto a copiar o Gênero norte Americano de Hqs é que hoje em dia nada se cria tudo se cópia, mas é claro temos que fazer isso de maneira inteligente, você veja que temos o Batman o justiceiro de capa negra e ai temos o Zorro, os próprias americanos fazer cópias deles mesmos e no Brasil temos o nosso próprio Justiceiro que é o DOUTRINADOR que até já ganhou filme e isso é sensacional

O problema de fazer heróis nacionais é ter um bom roteiro, isso sim faz a diferença em um personagem, por exemplo Alan Moore já pegou muitos personagens fracos e torno-os  grandes obras, esse é um verdadeiro exemplo de que um bom roteiro acompanhado de uma boa arte faz a diferença numa obra.

ALGUNS AUTORES TEM USADO O PERSONAGEM GLOBALIZADOS EM DETRIMENTO DO REGIONALIZADO! O RECIFE ASSOMBRADO É UM EXEMPLO DE RECIONALIZADO PARA ADULTOS E O ZÉ CORUJA UM EXEMPLOS PARA CRIANÇAS, ADOLECENTE E TAMBÉM ADULTOS. QUAL SUA VISÃO DO QUADRINHOS REGIONALIZADO?

Resultado de imagem para xaxado cedrazHá espaço para todo tipo de hqs, o regionalizo tem o seu ponto forte que é valorizar a sua cultura e região, exemplo: histórias de terror que se passa em Recife é uma forma de divulgar a cidade r o estado para o mundo, personagens infantis também traz a sua parcela de valorização cultural, temos um leque gigantesco para contar história, isso me membro a turma do XAXADO criado pelo saudoso Cedraz, um estilo turma da Mônica nordestina e tudo isso é muito bom, o que falta é criarmos um público maior para ter um alcance nacional.

QUAL SEU ÚLTIMO PROJETO PRONTO. NOS FALE SOBRE ELE!

Como eu vivo de desenho, sustento milagrosamente a minha família com isso, os meus projetos pessoais andam bem devagar, porque tenho que dar prioridade a trabalhos remunerados, mas um dia consigo publicar.

COMO FOI FAZER ESSA CAPA PARA AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA #10! COMO FOI O PROCESSO CRIATIVO?

Quando me convidaram para fazer a capa do Zé Coruja não pensei duas vezes, não consigo dizer não para os meus amigos da PADA, já fiz parte desse grupo e de qualquer forma ainda me sinto um membro, o processo criativo foi muito simples: dei uma lida rápida no roteiro e percebi que o Zé Coruja se sente observado na sua própria história e foi aí que pintou a ideia.

É por isso que é tão gratificante cooperar com esse grupo, a PADA já pode-se considerar patrimônio cultural de Pernambuco por seu tempo de existência e a quantidade de hqs que já foram lançadas.




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