Entrevista com MARCOS LOPES, – dos quadrinhos de Zé Coruja para as aventuras na FC
MARCOS LOPES mais conhecido como criador o Zé Coruja, que em ganha em 2016 uma revista própria, AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA, que já ultrapassa vinte edições. Mas o que surpreende alguns é o Marcos Lopes que faz ficção cientifica e escreveu a CRÔNICAS ARCADIANA – ÊXODO – na Prismarte #72. Nessa entrevista será tratado sobre isso, inspirações da obra, origens e sua preferência em temas sobre quadrinhos. Leia ou ouça como foi o processo de desenvolvimento desta produção de mais de 20 páginas e inspirações dos anos 80.
1 – Como você recebeu a notícia que uma história de mais de 30 anos foi selecionada para ser publicada na revista Prismarte?
No caso dessa história, a primeira pessoa que eu lembro que sugeriu publicá-la foi o nosso amigo e editor José Valcir, já há alguns anos! Essa história estava inacabada e ele sempre perguntava sobre ela! Eu confesso que perdi muito o foco sobre essa história e estilo de desenho, e passei a me dedicar até hoje ao meu personagem e estilo infantil como o ZÉ CORUJA! Aí essa história ficou esquecida por mais uns longos anos. Mais recentemente (refiro-me ao ano passado, é claro!), essa história voltou à pauta através de outros amigos da equipe PADA, e mais, necessariamente, Milson Marins, que queria publicá-la na Prismarte. Então, como vi muito o interesse do pessoal, e eu que tenho uma certa paixão por Ficção Científica e naves espaciais, resolvi, então, dá uma volta ao velho estilo de desenho e decidi continuar de onde parei. Fiquei muito contente pra publicar essa história, coisa que na época que desenhei, eu não tinha muita pretensão de publicá-la. Lembrando que, na época que a desenhei, essa história tinha um outro título: PHANTUS X DRAGON. Era um título que hoje eu achei muito tosco e sem sentido, e renomeei para o nome que está hoje: CRÔNICAS ARCADIANAS – ÊXODO.
2 – Já certo que seria ser publicada, o que lhe preocupou, já que era ainda inacabada? (o que se passou por sua cabeça e como organizou esses complementos?)
Pois bem, uma da primeiras ações que eu tive que fazer foi dar uma analisada no roteiro e ver onde parei. Depois de destrinchar o roteiro, fiz uns ajustes de nomes de personagens, lugares e até mesmo o nome do planeta natal dos heróis dessa história. Como foi dito na primeira pergunta, o nome do planeta PHANTUS foi alterado para ARCADIA. Alguns personagens tiveram seus nomes mudados, também; e outros permaneceram com seus nomes originais. Um outro passo importante foi redesenhar algumas cenas e algumas páginas, que eu achei muito toscas na atualidade. Depois de tudo isso, desenhei as páginas que estavam faltando para concluir a história. Na verdade, gostaria de ter redesenhado toda a história de novo, mas como estou envolvido com outros projetos e ideias, isso levaria muito tempo. As pessoas que vão lê-la, com certeza, vão perceber as diferenças de estilos em algumas partes dos desenhos, mas eu fiz o máximo que pude para não deixá-la muito diferente daquilo fiz, porque, ainda assim, era um outro Marcos Lopes, em processo de amadurecimento de escrever e desenhar com os recursos que há em mãos. Todavia, comparando o que foi e o que hoje está, pouco mudou-se entre os estilos e formas dessa HQ. Como tenho me dedicado ao estilo cômico de quadrinhos, como o ZÉ CORUJA e sua turma, alguma coisa pode ter ficado pra trás nesse trabalho aí! (Risos)
3 – O Zé Coruja é um desenho cartum antropomórfico infantil. Mas quando pensou em fazer quadrinhos, sempre foi nesse estilo?
Quando eu era muito novo, adolescente, eu gostava de desenhar os dois estilos! Embora ainda com uns desenhos muito toscos, fazia histórias de Ficção Científica e histórias com personagens infantis. Criei uns personagens nos dois estilos naquela época e desenhava todas as aventuras com roteiros autorais. Mas como eu desenhava sem nenhuma pretensão de publicar, não imaginava nem que isso pudesse acontecer, tudo aquilo se perdeu com o tempo e, infelizmente, não sobrou nenhum rascunho pra contar a história!
A coisa começou a ficar séria quando conheci o “pessoá” da PADA, que na época era um fanzine, que também estava iniciando. Aliás, “fanzine” é uma palavra que eu descobri na época que conheci Milson e Companhia. Acho que na época eu já desenhava o personagem ZÉ CORUJA, e também algumas histórias de Ficção Científica, mas me dediquei mais a ele (o ZÉ CORUJA), visto que o desenho infantil eu desenhava mais legal que o estilo de desenho clássico.
Outra coisa, eu sempre tive uma paixão também por desenhos com personagens fabulosos como animais que se comportam como gente, vestindo roupas, têm suas casas, vão ao trabalho e fazem coisas como todos os humanos no mundo real. Então, tendo isso em mente, me dediquei mais aos personagens antropomórficos. O ZÉ CORUJA tem tudo isso que eu gosto nos personagens infantis! Procuro colocar no universo dele todos os elementos que nós vemos em histórias de outros personagens infantis, e, é claro, com uma temática bem brasileira e, principalmente, pernambucana. Mas o nosso “cangaceirinho” tem vivido também suas aventuras tanto no estilo nacional como universal.
4 – Percebemos na obra Êxodo uma influência da série como o Elo Perdido (The Land of the Lost – 1974–1976), Galáctica… O que lhe impulsionou e motivou para fazer essa história?
Você percebeu muito certo! Eu acompanhava, na época, essas duas produções. No caso de O Elo Perdido, havia duas coisas que sempre me atraíram: Dinossauros e lagartos antropomórficos que apareciam de vez em quando no seriado! Hoje, vendo aquele seriado, quão tosca era aquela produção, mas na época eu achava irado!
No caso de Galáctica, já uma produção mais arrojada. Chamava-me a atenção aquelas naves e as batalhas no espaço. Um estilo um pouco parecido com Star Wars. Quando comecei a desenhar ÊXODO, já há alguns anos, estas duas séries já não passavam mais na TV (pelo menos, não me lembro disso), procurei misturar nela elementos que me faziam lembrar dos dois filmes. Os lagartos dragonianos que aparecem na minha história são baseados mesmo naqueles lagartos de O Elo Perdido. Eu me lembrei agora que numa versão ainda mais antiga da história tinha também uma espécie de tiranossauro, que atacava os personagens num planeta desconhecido!
5 – Você tinha os quadrinhos de aventura com personagens em figura humanas e, em contrapartida, optou por cartuns, que é o caso a série Zé Coruja. O que o motivou para essa decisão?
Bem, é como eu disse mais acima! Alguns dos motivos foram o fato de eu desenhar melhor os personagens cômicos e, também, aquela paixão por personagens fabulosos como animais antropomórficos! Aquela coisa do universo infantil que atrai muito. Uma outra paixão minha, até um pouco mais que os quadrinhos, é fazer animação. e juntando a isso, fazer personagens cômicos e fabulosos, em uma animação, é muito gratificante e prazeroso. Tenho um canal no YouTube chamado CURTINHAS DO ZÉ CORUJA, e nele coloco todos os elementos que gosto nesse tipo de trabalho.
6 – Tem intensão de continua a fazer uma sequência ou alguma histórias com os personagens?
No caso de ÊXODO, ela realmente deixa um gancho para uma ou duas sequências. Mas isso vai depender do andamento de outros projetos que estou fazendo no momento!
Fazer quadrinhos é muito prazeroso, mas consome muito tempo da gente, e se você está envolvido com mais de um projeto, a gente tem que seguir a ordem cronológica dos trabalhos, além dos outros afazeres do dia a dia. Mas, numa primeira oportunidade, criarei uma possível sequência para essa história.
7 – E quanto a fazer quadrinhos com figuras humanas, além da série As Aventuras do Zé Coruja, faz parte de seus planos?
Não posso responder que sim ou que não, pois pode ser que amanhã eu volte a desenhar mais histórias com figuras humanas, ou não! Talvez só no caso de uma ou duas sequências de ÊXODO. Mas pra valer mesmo, só as histórias da série AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA, e as animações dele que estão no canal! Aproveitando, aqui, a oportunidade, quero dizer que em breve teremos novidades no canal de animação do personagem e outras duas histórias para as revistas em quadrinhos. Não deixem de acompanhar.
Se deseja temos a disposição na loja da Prismarte Editora a edição Prismarte #22 CRÔNICAS ARCADIANA – ÊXODO
Também disponível na loja da Prismarte Editora a edição nova da AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA 22 – OS VALENTES DA LIVE