Entrevista com Fábio Cassiano, o criador do Pagaio, personagem publicado nas Aventuras do Zé Coruja #6
Foi na década de 90 que recebemos a visita na sede da PADA (minha casa) de Fábio Cassiano, que como nós, tinha o sonho de produzir entretenimento em quadrinhos. O que era incrível, é que esse talento estava a menos de 500 metros da sede da PADA, em Ouro Preto, Olinda – PE. Nessa visão de personagens seriados, que estávamos em busca, Cassiano estava a frente produzindo os seus personagens: ‘‘Tal’’ e ‘‘Pagaio’’. Cassiano sempre esteve sutilmente envolvido em algumas obras já clássica na Prismarte. Arte-finalizou o clássico Pátria Amada escrita por José Valcir e desenhada pelo nosso entrevistado! Anos depois Cassiano hq O Zé Coruja foi a Praia, que ele escreveu e desenhou, sendo essa a primeira vez que uma hq do Zé Coruja foi escrita por outro autor, que não era seu criador, Marcos Lopez.
Com você
História do Zé Coruja escrita por Fábio Cassiano e desenhada por marco Lopes
1- QUANDO COMEÇOU A DESENVOLVER QUADRINHOS, E O QUE PRODUZIA?
Eu acho que desde que me entendo como gente gostei de quadrinhos. Mas foi na adolescência que o interesse em desenvolver meus próprios quadrinhos se tornou importante para mim. Eu era fascinado pelos “GIBIS” da Marvel, dos heróis e vilões, das lutas entre o bem e o mal que eram apresentavam nas historias. Eu copiava as anatomias avantajadas dos personagens para desenvolver os meus.
Lembro de um dos heróis que fiz de nome “Ormix” que era todo blindado lembrava o “Homem de Ferro”. Mas nunca tive a oportunidade de publica-lo, mesmo assim meus desenhos na época não eram muito bons, alias eram terríveis ha ha ha!
2 – O QUE MOTIVAVA VOCÊ PRODUZIR QUADRINHOS?
Sempre gostava de desenvolver algumas historias, mas nunca conseguia ir até o fim delas, porque sempre vinha uma nova na mente que não me deixava conclui-la. Mas quando ouvia nos meios de comunicação sobre quadrinhos me motivava a produzir algo na área.Tive também uma oportunidade de fazer uma HQ para um trabalho em grupo do colégio, que me rendeu muitos elogios,isso tudo na minha adolescência.
3 – QUANDO VOCÊ CONHECEU A PADA?
Foi já na minha idade adulta, já estava casado e desenvolvia uma HQ no estilo MANGÁ, onde meus desenhos estavam um pouco mais refinados neste estilo e assisti uma reportagem num jornal local sobre um pessoal que produziam quadrinhos e publicavam em estilo fanzine que era a PADA e que por coincidência residiam no mesmo bairro que eu morava, então num certo dia resolvi conhece-los e apresentar meus trabalhos, e fui bem acolhido pelos irmãos Marins e todo o pessoal do grupo.
4 – VOCÊ ESTEVE COM MILSON MARINS NA 2ª BIENAL INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO (1994), COMO FOI ESSA EXPERIENCIA?

Encontro de autores, Fábio Cassiano, Octávio Carielo e Milson Marins na Bienal Internacional do Rio 1994.
Foi uma grande e valorosa experiência de conhecimento de profissionais na área de arte visual, de desenhistas ícones como Joe Kubert (Tarzan), Bill Sienkevich (Eléctra), Cariello (na época Hulk), de vários ouros internacionais e nacionais, todos reunidos num só lugar, foi simplesmente incrível. Mas não ficamos despercebidos no meio dessas celebridades, estávamos (eu e Milson) divulgando as revistas da PADA corpo a corpo com o publico do lugar da bienal, tivemos a honra de conhecer vários outros fanzineiros talentosos de vários lugares do país lá também buscando seu espaço.
5 – VAMOS AO SEU PERSONAGEM, PAGAIO! COMO SURGIU A IDEIA CRIAR O PAGAIO?
Pagaio surgiu na época antes de conhecer a PADA, era adolescente e meu irmão mais novo tinha feito uns desenhos de alguns personagens, mas não foi em frente com eles, então comprei a sua ideia e aperfeiçoei o personagem,colocando o nome de “PAGAIO”, criei mais alguns para compor seu ambiente, a princípio só com tirinhas. Os outros personagens são: Lili, a canarinha que é apaixonada por Pagaio, Phillys, uma cobra cascavel que é confidente de Pagaio e muito azarada.
Vincent, o dono de Pagaio que apaixonado por Tatá, a vizinha dele, Ninho, sobrinho de Vincent é um bebê que fica enchendo o saco de Pagaio, Laica, uma pastor alemão que Pagaio é apaixonado por ela, Vaca Mocha, vive perseguindo Phillys, fazendo numero dois na toca dela, Daniel, um pirralho que quer ser ás do skate, e vive discutindo com ele, o skate, suas manobras desastradas.
6 – HOJE TEMOS UM CENÁRIO MUITO DIFERENTE DOS ANOS ATRÁS, HOJE É POSSÍVEL VENDER QUADRINHOS LOCAIS! VOCÊ TEM PLANOS DE VOLTAR A DESENHAR QUADRINHOS?
Hoje existem infinidades de recursos tecnológicos no meio gráfico onde o artista de quadrinhos pode utilizar dando uma maior ênfase e sua obra, mas a cartada comercial ainda continua difícil para todos. O quadrinista que tem uma obra autoral, movida por recursos próprios, ainda pena para aparecer no mercado, mesmo com um dos meios de comunicação tão rápido como a INTERNET, que sabemos, tem sua eficiência, mesmo assim, sustentar-se com quadrinhos ainda é coisa pra poucos. Embora todo esse pessimismo em relação aos quadrinhos, eu como muitos não desistimos de nosso sonho em ver uma obra de nossas mãos ser publicada e admirada por amantes da nona arte. Sim, ainda penso em retomar antigos trabalhos inacabados e criar mais outros, pois quem tem quadrinhos nas veias nunca para.
SERVIÇO:
AS AVENTURA DO ZÉ CORUJA Nº06
24 Páginas
Capa colorida miolo em P&B
Impresso R$ 7,00 (correio incluso)
Pode ser feito o pagamento pelo Pagseguro (enviar e-mail com endereço)
Se for em Em PDF (versão colorida) R$ 2,00
Pedidos por e-mail: marcos.lopes40@hotmail.com ou conteudointerativo@gmail.com
Edições a disposição na Bookess:
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |