Adeus a Daniel Azulay, um visionário da produção nacional
Daniel morreu em 27 de março de 2020 após ficar internado por duas semanas na Clínica São Vicente (no Rio de Janeiro) em tratamento contra a leucemia. Teria contraído o novo coronavírus em ambiente hospitalar e desenvolveu quadro de COVID-19 cujas complicações foram fatais.
Quem viveu a infância na metade dos anos 70, conheceu e assistiu os programas do Daniel Azulay, que foi antecessor dos ensino de atividades para crianças na tv, e formou muito seguidores. Considero que fui um deles.
Conheci, Daniel Azulay, pessoalmente muitos anos depois na Fliporto, em 2010, (na fase do evento em Olinda), que ele era um dos convidados especiais do setor infantil do evento. Apesar de um breve conversa, eu vi naquele senhor que só via pela tv, tinha a mesma simpatia que expressava na TV. Não mudou nada. Deixo minha homenagem em forma de grafite, como agradecimento aqueles momentos tão instrutivos que nos fez artistas e humanos (no que se refere ao melhor dos seres humanos).
Mas é admissível que Daniel Azulay foi o grande incentivador da produção nacional sem ao menos levantar a bandeira. Ele apenas produziu seus personagens, publicou de forma independente e publicou pela Editora Abril. Aí formou inúmeros seguidores deste exemplo nacional. Invés de simplesmente consumir o que vem de fora, dá um identidade a culturas nacional. E os quadrinhos dele era repleto de cultura nacional.
Então mire-se nesse exemplo de patriotismo e independência.
SOBRE DANIEL AZULAY
Filho do jurista e advogado Fortunato Azulay e de Clara Israel, Daniel nasceu numa família judaica sefardita, sendo o filho mais jovem. Seu irmão mais velho, Jom Tob Azulay, é cineasta e diplomata.
Em 1967, criou a tira Capitão Sol para o jornal O Sol. Em 1968, criou a tira Capitão Cipó, publicada no jornal Correio da Manhã e em 1975, lançou a Turma do Lambe-Lambe. Foi precursor em 1976 apresentando durante dez anos seguidos, programas de TV educativos e inteligentes para o público infantil. Azulay influenciou de forma construtiva a geração dos anos 1980 que aprendeu com ele a desenhar, construir brinquedos com a sucata doméstica, e a importância da reciclagem e sustentabilidade em defesa do meio ambiente.
Viajava pelo mundo expondo, fazendo palestras e conduzindo workshops de arte, educação e responsabilidade social. Premiado no Brasil e no exterior, suas obras de arte contemporânea fazem parte do acervo de coleções particulares e de grandes empresas. Na década de 1990, desenvolveu CD-Roms educativos, esses CD-ROMs chamaram a atenção de Johnny Saad do Grupo Bandeirantes, em 1996, Azulay passou a apresentar o programa Oficina de Desenho Daniel Azulay na Band Rio, em 2000, o programa passou a ser exibido em rede nacional.
Em 2009, ensinou desenho em vídeos para o site UOL, fez especiais pro Canal Futura (‘Azuela do Azulay’) e chegou a participar da TV Rá-Tim-Bum.
Em 2013, lançou o site Diboo (www.diboo.com.br), um curso de desenho online para crianças.
Em 2018, foi homenageado como Grande-mestre pelo Troféu HQ Mix.