Histórias em quadrinhos vivem bom momento no Brasil, diz o docente Waldomiro Vergueiro

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Inclusão de histórias em quadrinhos no Prêmio Jabuti valoriza produção nacional, afirma professor da USP

Como observa o professor Waldomiro Vergueiro, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, o homem usa a imagem para se comunicar desde os tempos das cavernas, mas, mesmo assim, demoraram décadas para as histórias em quadrinhos serem reconhecidas como um meio de comunicação louvável.

No início do mês, um importante passo para esse reconhecimento foi dado. A Câmara Brasileira do Livro (CBL), que organiza o Prêmio Jabuti, anunciou que incluirá, pela primeira vez, uma categoria para histórias em quadrinhos (HQs) em sua próxima edição. A decisão foi tomada após a entrega de um abaixo-assinado para a CBL, apoiado por quadrinistas prestigiados como Laerte Coutinho, Marcello Quintanilha e os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá. Ao todo, a petição acumulou mais de duas mil assinaturas.

Preconceito literário

Para Vergueiro, que é o coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA, o preconceito com o formato das HQs tem origens históricas. A partir da Idade Média, a escrita começou a ser valorizada e ensinada para as classes mais altas da sociedade, enquanto as imagens se tornaram um meio para se comunicar com os grupos menos favorecidos, que não sabiam ler.

Com o tempo, texto e imagem foram se aproximando até que, em 1827, foi lançada a Histoire de M. Vieux Bois, do suíço Rodolphe Töpffer, reconhecida por muitos como a primeira história em quadrinhos do mundo.

Décadas mais tarde, a combinação imagem-texto já tinha atravessado o Atlântico. No Brasil, o italiano Angelo Agostini foi o pioneiro, com suas publicações em revistas que se iniciaram no dia 31 de janeiro de 1869, data em que hoje é celebrado o Dia Nacional dos Quadrinhos.

Preconceito literário

Para Vergueiro, que é o coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA, o preconceito com o formato das HQs tem origens históricas. A partir da Idade Média, a escrita começou a ser valorizada e ensinada para as classes mais altas da sociedade, enquanto as imagens se tornaram um meio para se comunicar com os grupos menos favorecidos, que não sabiam ler.

Com o tempo, texto e imagem foram se aproximando até que, em 1827, foi lançada a Histoire de M. Vieux Bois, do suíço Rodolphe Töpffer, reconhecida por muitos como a primeira história em quadrinhos do mundo.

Décadas mais tarde, a combinação imagem-texto já tinha atravessado o Atlântico. No Brasil, o italiano Angelo Agostini foi o pioneiro, com suas publicações em revistas que se iniciaram no dia 31 de janeiro de 1869, data em que hoje é celebrado o Dia Nacional dos Quadrinhos.
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Depois de Töpffer, outro grande passo na história das HQs foi a publicação de The Yellow Kid, por Richard Felton Outcault, uma tirinha dominical publicada em 1896 e disputada pelos maiores nomes do jornalismo norte-americano da época, William Randolph Hearst e Joseph Pulitzer.

“A partir daí, quase todos os jornais passaram a ter histórias em quadrinhos nas páginas dominicais”, conta Nobu Chinen, professor de Publicidade e Propaganda da Universidade São Judas, membro do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA e também do Troféu HQMix, principal premiação nacional de quadrinhos.

“Depois de 1907, surgem as tiras em quadrinhos diárias, formato que ajuda a consagrar o quadrinho mundialmente”, diz Chinen. “Na década de 30, surgem as revistas em quadrinhos como nós conhecemos hoje, os gibis e comic books. É nessa época que, por questões mercadológicas, os quadrinhos começaram a se voltar para o público infantil. Foi assim também que eles passaram a ser considerados como leitura de menor qualidade, fácil, para gente preguiçosa”, explica o professor.

Por  – Jornal da USP – http://jornal.usp.br

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