Dr. Estranho – Resenha do filme (Sem spoilers)
Dr. Estranho, o mais novo filme da Marvel Studios, que estreou no dia 02/11/2016 (Mesmo dia do aniversário de nascimento de seu co-criador, Steve Dikto), está sendo aclamado pela crítica e público como um dos melhores filmes da Editora americana até o momento. E com razão! O filme, dirigido pelo americano Scott Derrickson (que também dirigiu vários filmes de terror como O exorcismo de Emily Rose, a entidade e Livrai-nos do mal) e estrelado por Benedict Cumberbatch (que se tornou mundialmente conhecido como o Sherlock da versão inglesa da série homônima da BBC) é um delírio visual trabalhando totalmente em função de um roteiro apropriado e alicerçado em um elenco de grandes atores como Tilda Swinton , Chiwetel Ejiofor , Mads Mikkelsen e Rachel McAdams.
Por tudo isto, se você está procurando uma diversão muito bem feita, você vai sair plenamente satisfeito do cinema.
Mas o Dr. Estranho, o filme, é como a relação harmoniosa entre os símbolos Yin e Yang: há forças opostas trabalhando de formas contrárias no filme mas que, no final das contas, acabam alcançando o seu objetivo que é o de encantar os espectadores durante seus 155 minutos de exibição.
A história, contada de forma simples, eficiente e bem amarrada, é uma adaptação da sua origem: o Dr. Sthepen Strange, um arrogante neurocirurgião que, após um acidente de automóvel destruir suas ferramentas de trabalhos, suas mãos, parte em uma jornada espiritual tentando curá-las mas que acaba levando-o a se tornar um dos magos mais poderosos da terra. Criado por Stan Lee e Steve Dikto em 1963, o personagem alcançou grande sucesso e popularidade nos anos 70 e 80 e tem, agora, nesta fase 3 dos filmes da Marvel, a oportunidade de se reapresentar ao grande público.
O que mais chama a atenção do filme são os arrebatadores efeitos visuais que, apesar de ultra-dinâmicos e deslumbrantes, são, como já mencionamos anteriormente, totalmente apropriados e subordinados à história. É impossível não ficar extasiado com a desconstrução da realidade através da “magia” da computação gráfica.
Porém, o verdadeiro segredo do filme está em seu elenco magnífico. Benedict Cumberbatch, um dos melhores atores desta nova geração, é a mais perfeita representação física do Dr. Estranho. Chiwetel Ejiofor, que faz o papel de Mordo, consegue intuir no seu personagem uma dualidade que nos faz entender o papel que ele tem no universo do Dr. Estranho. Mads Mikkelsen, como Kaecilius, é tão primoroso como ator que, mesmo sem mover um músculo da sua face, consegue passar as mais diversas emoções em seus papéis. Porém, o grande destaque do filme – não que isto seja uma surpresa para mim – é o de Tilda Swinton, como o do grande ancião (Que na verdade é uma anciã). Cada momento em que ela está na tela é um verdadeiro deleite. Ouso até dizer que gostei mais do grande ancião do que do próprio Dr. Estranho. Além destes, temos a participação de Rachel McAdams, como a Dra. Christine Palmer, uma grande atriz que, neste caso, acabou fazendo mais figuração de luxo do que tendo uma participação ativa no filme (Como aconteceu com a Dra. Jane Foster, de Thor, por exemplo).
Apesar de todos os pontos positivos, o filme do Dr. Estranho acaba pecando, mesmo que timidamente, em dois pontos principais. Um deles é o excesso de piadinhas. Não que o filme não tenha boas piadas ou gags visuais. O problema é que ele não sabe quando parar. O próprio Dr. Estranho, algumas vezes, parece um pouco ridículo tentando fazer piadinhas com tudo.
O segundo problema é um pouco mais complicado de se resolver: Apesar de todos os predicados anteriormente mencionados, falta no filme do Dr. Estranho uma certa dose de imprevisibilidade. Tudo funciona tão perfeitamente seguindo um padrão pré-definido pela própria Marvel, que o filme não chega a trazer nenhuma surpresa ou novidade (A exceção, talvez, dos efeitos visuais). Essa “segurança” acaba tirando um pouco da vibração do filme.
Em 2008, como o lançamento do Homem de Ferro, a Marvel mostrou qual a fórmula para se fazer um filme de super-heróis de sucesso: Controle rígido do destino de seus personagens e de suas histórias, roteiros bem amarrados (geralmente baseados em hqs de sucesso), bons atores, muita ação e uma dose cada vez mais excessiva de piadinhas. O grande problema agora da editora/estúdio é descobrir como se reinventar, como evoluir desta fórmula para criar filmes com personalidade própria. E, mesmo se isto não tenha acontecido com o Dr. Estranho, ainda assim é um ótimo filme para se assistir.
Ficou muito parecido fisicamente com o que lia nos quadrinhos, Superaventuras Marvel. Eu vibrava com as histórias!Lembro de uma história que ele luta ao lado do Homem Aranha desenhada por Franqk Miller(essa comprei pela RGE).